Quinta-feira, 31 de Maio de 2007
Sonho cristalino




Quando fecho os olhos

Sinto o silêncio da tua alma no meu corpo
E a brisa fresca da noite gela-me os sentidos
Perco a noção da vida, esqueço-me de viver.
A madrugada leva-me longe,
Longe do mundo e da saudade,
Dos gritos frios da monotonia.
Quanta calma, quanta paz
Abraça o meu cansaço
E despe de mim as roupas da nostalgia
Lá longe não sei aonde, aonde tudo é cristalino
Como as águas que nascem no horizonte.
Os desejos são eternos e as vontades mendigas
São como a luz de quem não vê e os olhos
Que tudo invejam
Quando fecho os olhos, não durmo, viajo
Para lá da eternidade...

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É urgente...



É urgente o amor.

É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.



Quarta-feira, 30 de Maio de 2007
Desespero

 


Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.

                         José Carlos Ary dos Santos



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Chamo-te
 

 
Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio 
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

                     Sophia de Mello Breyner

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Pirata




Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.

Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner

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Terça-feira, 29 de Maio de 2007
Homenagem!!!

Hoje são lembrados nos Estados Unidos, todos aqueles jovens soldados que perderam a vida ao serviço do seu país nas guerras do Afeganistão e do Iraque... gerras infundadas, ílegitimas e que podem facilmente ser apelidadas de "Invasão", tudo em nome do combate ao terrorismo... se concordo com o objectivo, já dificilmente consigo compreeder o "modus operandi"... Enfim...!!!

Deixo aqui a minha homenagem a todas as famílias que se viram privadas dos seus filhos,maridos,país,irmãos...

 

The Fletcher Memorial Home
Take all your overgrown infants away somewhere
And build them a home, a little place of their own.
The Fletcher Memorial
Home for Incurable Tyrants and Kings.

And they can appear to themselves every day
On closed circuit T.V.
To make sure they're still real.
It's the only connection they feel.
"Ladies and gentlemen, please welcome, Reagan and Haig,
Mr. Begin and friend, Mrs. Thatcher, and Paisly,
"Hello Maggie!"
Mr. Brezhnev and party.
"Who's the bald chap?"
The ghost of McCarthy,
The memories of Nixon.
"Good-bye!"
And now, adding color, a group of anonymous latin-
American Meat packing glitterati.

Did they expect us to treat them with any respect?
They can polish their medals and sharpen their
Smiles, and amuse themselves playing games for awhile.
Boom boom, bang bang, lie down you're dead.

Safe in the permanent gaze of a cold glass eye
With their favorite toys
They'll be good girls and boys
In the Fletcher Memorial Home for colonial
Wasters of life and limb.

Is everyone in?
Are you having a nice time?
Now the final solution can be applied.
Pink Floyd



Ser ou não ser...

 

 

Ser ou não ser eis a questão.

Será mais nobre sofrer na alma

Pedradas e flechadas do destino feroz

Ou pegar em armas contra o mar de angústias –

E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;

Só isso. E com o sono – dizem – extinguir

Dores do coração e as mil mazelas naturais

A que a carne é sujeita; eis uma consumação

Ardentemente desejável. Morrer – dormir –

Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!

Os sonhos que hão de vir no sono da morte

Quando tivermos escapado ao tumulto vital

Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão

Que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,

A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,

As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,

A prepotência do mando, e o achincalho (...)

William Shakespeare

 


Sinto-me:


Segunda-feira, 28 de Maio de 2007
...

 

 

"Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio."

 William Shakespeare




Nós dois...

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Intimidade


No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.

José Saramago



SAUDADES



Saudades de ti,
da tua pele na minha,
do teu abraço quente
que me queima de prazer...
Saudades dessas mãos
atrevidas, arrebatadoras
que me conquistam
palmo a palmo...
Saudades da tua boca,
desse beijo voraz
que me faz perder o sentido
e me preenche de desejo...
Saudades de te ter em mim
e de seres minha nesse instante
e de ser em ti perfeito
e nesse instante ser teu...


 




Sexta-feira, 25 de Maio de 2007
Beijo...

  

 «Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido.»  JEAN ROSTAND

 

 


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O que se disse sobre o tempo!!!

 

 

 

 

Sonha como se vivesses para sempre; vive como se fosses morrer hoje.
(James Dean)

Não passes tanto tempo a desejar coisas que poderias ter se não passasses tanto tempo a desejá-las.
(Jesús Hermida)

Dizem sempre que o tempo muda as coisas, mas na realidade somos nós próprios quem tem de as mudar.
(Andy Warthol)

O tempo é o melhor autor: sempre encontra um final perfeito.
(Charles Chaplin

A verdadeira função do homem é viver, não existir. Eu não gastarei os meus dias a tentar prolongá-los. Usarei o meu tempo. 
(Jack London)



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Paixão......

 

 

    

Maracujá - Flor da Paixão

 

 

Definição: Paixão: do latim passione = sofrimento, sentimento excessivo; amor ardente; afecto violento; entusiasmo, cólera, grande mágoa; vício dominador; alucinação; sofrimento intenso e prolongado; parcialidade; o martírio de Cristo ou dos Santos martirizados; parte do Evangelho em que se narra a paixão de Cristo; colorido; expressão viva, em literatura. Cada uma das emoções como admiração, amor,ódio, dor, pena, medo, alegria ou todas elas juntas; o objeto de forte desejo ou de carinho profundo.

Paixão, palavra de origem Grega derivada de paschein, padecer uma determinada acção ou efeito de algum evento. É algo que acontece à pessoa independente de sua vontade ou mesmo contra ela. De paschein deriva pathos e patologia. Pathos designa tanto emoção como sofrimento e doença. As paixões, entendidas como emoções, mobilizam a pessoa impondo-se à sua vontade e à sua razão.

É uma vivência complexa de ligação a um determinado objecto e objectivo, que mobilizam a pessoa de uma maneira intensa, que geralmente é prolongada, podendo ser duradoura mas raramente perene.


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Chuva...

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade


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